22 de outubro de 2012

Agora a aula é de Sociologia: O Processo Civilizador – Norbert Elias

Bom pessoal, agora a aula é de Sociologia. Estou postando a pesquisa que os alunos do 1º ano acharam mais interessante. 

Tatiane Vilar - Ionete Pereira - Joice Lucena - Nathali Britto - Helen de Oliveira - 
a fonte é do blog do Vinícius Help: http://viniciushelp.blogspot.com.br/2011/05/resumo-de-o-processo-civilizador-de.html


Processo Civilizador – Norbert Elias


O que seria este processo civilizador? Segundo o autor, “uma mudança na conduta e sentimentos humanos rumo a uma direção muito específica”. Essa “direção específica” seria a da racionalização (apesar deste movimento não ser exatamente racional) da atividade humana, tida como um conjunto de comportamentos - tanto introjetados quanto exteriorizados socialmente pelos indivíduos - numa espécie de mútuo controle da hierarquia dos sistemas sociais, utilizando os conceitos de Talcott Parsons.

Se, em um primeiro momento os indivíduos tinham um controle demasiadamente externo sobre as suas pulsões, o autocontrole individual, interno, torna-se mais diferenciado, complexo e estável com as modificações no tecido social, em que há uma maior interdependência na sociedade e uma maior diferenciação social.

Cada vez mais os indivíduos tem que reprimir a si mesmo e a sua espontaneidade em prol de um comportamento mais racional, civilizado, de moderação das paixões. Anteriormente, o autocontrole individual (superego) era instilado em relação direta, ou seja, pelo uso da violência, força física ou algo que o valha.

Desde criança somos treinados para agir com autocontrole, o que aciona mecanismos de sublimação ou substituição cada vez mais intensamente. Para Elias, “o que determina a natureza e o grau desses surtos civilizadores é sempre a extensão das interdependências, o nível da divisão das funções e a estrutura interna das próprias funções”. Destarte, a tendência é, com o fenômeno que hoje conhecemos por globalização, aumentar o grau de autocontrole e suas respectivas formas.

O autor coloca a diminuição dos contrastes entre as classes mais altas e as mais baixas no sentido de um comportamento mais uniforme. Os modos das classes altas se difundem como espelho para as classes mais baixas, não obstante as últimas terem um mecanismo de autocontrole menos limitado, ou seja, um comportamento mais próximo do que chama-se de “selvagem”. Conforme apontado, o aumento do autocontrole das classes mais baixas, cresce progressivamente com o significativo aumento de sua importância na rede de funções da sociedade. O aumento da dependência entre grupos segue-se a uma homogeneização de comportamentos.

Em outra parte do texto, que toca a Transformação de Guerreiros em Artesãos, Elias demonstra como a ascensão da burguesia fez com que os hábitos da nobreza fossem ressaltados, em parte como delimitador da distinção social entre estas duas castas, e a modelação ímpar da conduta social elaborada por esta classe. Ele enfatiza o fato de nesta época específica, ter havido uma especialização desta classe em sofisticar seus modos, com a proliferação de manuais de conduta (muito comuns hoje em dia), que seriam manifestações deste processo. Um dos elementos propulsores disto foi a ascendência da burguesia e a consequente necessidade de distinção entre os dois estratos sociais.

Se, antes, o universo se restringiam aos ambientes em que viviam, sendo mais ou menos autossuficientes, a coexistência de um grande número de pessoas interligadas exigia um controle mais rigoroso da conduta social. A “nobreza belicosa” foi, durante o processo civilizador, substituída por uma “nobreza domada”.
Como a força física não mais era vista com bons olhos na corte, as relações sociais, quando em situação de conflito, passaram a exigir um grau cada vez maior de sutileza na administração das amizades e inimizades. Havia grande competição por prestígio e pelo favor real, dado que os cortesãos não possuíam bens de produção, assim “a reflexão contínua, a capacidade de previsão, o cálculo, o autocontrole (...) tornaram-se indispensáveis para o sucesso social”.
Esta necessidade de prever os acontecimentos levou a uma certa empatia, a um “conhecer o outro”, ou psicologização: o estudo do outro com profundidade e consciência. Este indivíduo aludido por Elias é sempre o indivíduo com relação aos outros, num determinada teia de relações sociais.
O estudo dos outros servia para pensar o modus operandi - o real funcionamento - da vivência, dos comportamentos, de uma forma mais racional, calculada, prevendo efeitos e consequências em cada sutil ponto das relações.
Para concluir, e para não cair em tautologismos ou repetições demasiadas, no que cerne à “Vergonha e Repugnância”, Elias coloca como estes conceitos são tomados como um outro lado da mesma transformação na estrutura da personalidade social - junto da racionalização da social - também não sendo, evidentemente, expressos com gestos violentos, mas por sanções sociais externas, que são interiorizadas pelos indivíduos. “Os modos interiores crescem na mesma medida que diminuem os exteriores”.

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Igor Rafael
Fonte: http://democraciaeliberdade.blogspot.com.br/2010/03/resenha-o-processo-civilizador-uma.html
   
   O livro O processo civilizador: uma história dos costumes vol. 1, de Norbert Elias, teve sua primeira edição em 1939, na Suíça. Exilado nos EUA, depois de muitos anos o livro ganha uma edição inglesa em 1978 e apenas em 1990 a primeira edição em português. Chega ao Brasil, portanto, junto com uma nova onda na historiografiade tratar da História dos Costumes ou da vida privada. Contudo, deve-se destacar que o livro de Elias é anterior a esta espécie de moda na história, e contemporâneo de historiadores como Fernand Braudel.
            Este livro de Norbert Elias trata especificamente da mudança nos costumes da sociedade européia que se processa entre os séculos XIII e o século XIX. Este período, como ele destaca, desenvolve-se aquilo que ficou conhecido como sociedade de corte. O final do período estudado, já no século XIX, tem o início da sociedade burguesa, que conhecerá ao longo do século XX um novo processo de mudança nos costumes. Mas além de tratar da história desta mudança, Elias estuda o processo por meio do qual as mudanças se processam.
             [...]

Estas mudanças nos mecanismos de pressão, contudo, recorrem aos mesmos sentimentos (embaraço, medo, vergonha e nojo), que as utilizadas no passado. Causar nas crianças medo frente às mudanças climáticas e inculcar o nojo a práticas como jogar esgoto nos rios ou poluição no ar, é um meio para direcionar as gerações atuais aos fins "sustentáveis" que procuramos obter. Estes sentimentos acabam se disseminando por toda a sociedade e são poderosos mecanismos de mudança e transformação social. Para compreendê-los, um bom caminho é estudar o passado na companhia de Norbert Elias e seu "Processo Civilizatório".

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Emerson Santos - Jonathas Rodrigues

Esse é um estudo da obra  O Processo Civilizador de Norbert Elias (1897 - 1990), no qual o autor analisa a história dos costumes a partir da formação do Estado Moderno e suas influências sobre a civilização.Nessa, que é reconhecida como sua maior obra, Elias leva-nos a pensar no que aconteceria se um homem da sociedade contemporânea fosse, de repente, transportado para uma época remota de sua própria sociedade. 
É possível que encontrasse um modo de vida muito diferente do seu,  alguns hábitos e costumes lhe seriam atraentes, convenientes e aceitáveis do seu ponto de vista, enquanto outros seriam inadequados. 
Estaria diante de uma sociedade que, para ele, não seria civilizada.  No Processo Civilizador, Elias procura analisar questões fundamentais como  quais os motivos e  de que forma ocorreu essa mudança?  Nesse texto apresentaremos a questão presente na obra na qual não há uma intenção deliberada de cada sujeito que produz a civilização, mas são os atos dos sujeitos singulares agregados uns aos outros que a tornam universal e produzem ou não a civilização.

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